Sou um ser
que não era...
Que é sem ser tudo,
tampouco nada... Sou só um ser.
Momentâneo existir,
pequeno fragmento
solto ao vento,
a menor partícula do átomo, diante do Criador.
Subatômica não sou!
Eu, quase nada... Encontrei-me entre dois céus:
Do alto, muito alto... Olhei para muito mais além,
para muito mais acima de mim... 
Só azul... infinitamente azul.
Olhei para baixo e bem abaixo dos meus pés... Nuvens,
brancas, clareadas pelo sol, outras não muito brancas
... multiformes flocos de neve,
algodão que não doce,
encantamento, perplexidade...
Lembrei do Ser que é o único a ser!
As nuvens é o escabelo dos seus pés.
Oh! Grande Ser!
E, eu... que sei nada ser... Sou só um ser,
A Tua bondade infinita deixa-me por brevidade existir, ser...
Igual as grandes e multiformes nuvens,
que os  meus olhos, como os da águia, num suave voo contemplam:
Ora, concreto existir... Ora, ultrapassadas e feridas
por um supersônico,  impalpáveis, ilusório existir.



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Poema, Entre dois céus, Recife.14/07/09.
EstherRogessi
Enviado por EstherRogessi em 14/07/2009
Reeditado em 14/04/2014
Código do texto: T1699031
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