Eu não sou nada.
Descobri agora que não sou nada.
Que minhas palavras são poucas
e que a minha poesia está sem rima
que minha voz está rouca.
Descobri que na minha inquietação
achei que era tanto e só agora percebo
e vejo que era só o desejo
de ser alguém que não seja só decepção.
descobri que não sou nada
nem bela como a brisa
nem forte com um furacão
nem amada, nem desamada!
Descobri que sou nada
e que era só ambição
calar no profundo da minha alma
essa dor de solidão.
descobri que posso ter sido um dia
ou que um dia talvez eu serei!
Não sei se hoje me encontrei
Ou se á partir de hoje eu me esconderei!
Descobri que sou nada
menor que pingo d'agua
menor que grão de areia
Passageira como poeira de estrada!
Descobri que sou nada,
e nada sei!