Por falar em campo...

Euna Britto de Oliveira

www.euna.com.br

Galhos de árvores quebrados,

Barulhinhos característicos...

A uma certa distância, o que já foi árvore, hoje, é espectro de árvore,

Madeira esbranquiçada com contrastes negros,

Vestígio das últimas queimadas...

Olho meio de longe,

De onde possa não espantar as reses,

Nem elas possam se arremeter contra mim!

É mágico ver uma boiada atravessando um rio,

Ainda mais se o rio for largo!...

Um dos vaqueiros à frente,

Com seu aboio pungente e encantatório

E o som grave do berrante,

Convence o gado a segui-lo...

Ao chegar ao rio,

Tira o cavalo de lado,

Para que o gado caia na água...

Ou será que ele atravessa na frente, mantendo a devida distância,

Para guiar o gado até a outra margem do rio?...

Faz tanto tempo que vi esse espetáculo!

Nem lembro direito da manobra dessa hora,

Só lembro que eu gostava de ver a travessia porque achava muito bonito!

Gado que nunca havia nadado, aprendia a nadar na hora!

Intolerante, algum boi bravo queria se desviar,

Mas acabava por submeter-se às regras impostas ao rebanho

Pelos vaqueiros adjuvantes.

Com as boiadas, é isto:

Enquanto o matadouro não vem,

Cadência, irreverência, bons tratos de praxe,

Vacinação, boa vida, pasto...

A casa fica num terreno plano.

Os proprietários daquela fazenda com terras contíguas a outras fazendas,

Com a maior parte de suas terras,

Fazem o mesmo que os passantes mais atentos fazem:

Olham, contemplam, admiram, calculam...

E mais nada.

Um morro de mato e pedra,

Distâncias a perder de vista...

E os olhos compridos dos camponeses

Sem terra para plantar,

Como aves invisíveis a planar

E querendo pouso,

Reforçam a idéia de Reforma Agrária...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 12/07/2009
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