Insones poetas
Desce um rio na serra
serpenteando o vale,
inundando as beiras do seu leito,
alisando os seixos,
beijando meus sonhos.
Quando ele avistar o mar,
segredará sua força na outra da vida,
sendo apenas o oceano do mundo,
onde há as ondas,
onde há este poema naufragado e só.
Sou o outro rio que sobe a serra
e nem tão manso berra
nas águas da altíssima cachoeira que faz.
Quedam-me rios e montanhas
e todos os poetas que sonham,
nunca aprenderam a dormir bem.