Transformando o verso
Desbravar todos os anseios da alma, expulsando os tremores, moldando no papel cada gotícula de sangue que escorre sem cessar, transformando em verso de amor.
O alvo dilacerado chora as mágoas do passado, na entrelinha do abismo, bamboleando as pernas cansadas, pálpebra dormente, desperta de repente os raios infiltraram a visão.
Sons ecoam ao vento, retinem os sinos da catedral, as horas passam de pressa e nos resta esperar que o novo dia, ressurja radiante, transformando o verso, triste, em alegria nos lábios.
Canções escritas na inspiração da alma vivente, balbuciando sonhos retidos, folheando páginas na cumplicidade do pensamento com o papel alvo, destravando portas, aflorando os sentimentos de verso em verso, traduzindo a linguagem do coração.
Sintonia do universo, conspirando com o amor, grande aliado, confiscando almas á deriva.
As flores guardam seus segredos nos perfumes que exalam na calada da madrugada, enquanto dormes no teu leito, com o receio de serem descobertas, embriagam o ar, para que não revele as juras dos amantes.
A lua, faz de conta que não vê, cintila prateada, debruçada no manto escuro e eu poetando nas letras sem rima, por descuido deixo-me envolver...
escrito
04.06.2006
por Águida Hettwer