Marcas do tempo
Esther Ribeiro Gomes
Quando um amor vai embora,
vem a dor, dilacerando a alma...
Foi o que aconteceu um dia,
quando aquela porta se fechou.
O mundo desmoronou à minha volta,
a revolta desfez toda a ilusão
e chegou a tristeza, rasgando o coração!
Aí veio o tempo, esse sábio senhor
e devagarinho foi curando a ferida,
com seu poder mágico e devastador!
Sem perceber, fui resgatando minha vida
e, aos poucos, recuperei a lucidez...
De repente, estava sorrindo outra vez!
Mas as cicatrizes eu guardo comigo,
bem no fundo do meu coração!
São as marcas do tempo,
indeléveis e invisíveis...
Uma dor só minha, nesta triste solidão!
O tempo, esse bálsamo divino,
acalenta minha alma sofrida
dos desenganos desta vida...
Levanto a cabeça, sem olhar para trás
e caminho pela estrada, sem medo de nada.
Chegou a hora de desfrutar a paz!