POEMA SEM DATA

Sou uma poeta tímida

Cultivaria um amor platônico

Senão fosse tão Cínica

Pudera ser atriz cômica

Mas sei que minha calma

Não decora bem as falas

Adoro uma boa Sátira

O meu humor é ácido

Não tenho vocação prá gueixa

Sendo às vezes amiga das onças

Mas aproveito as deixas

Dos velhos e Bons samurais

Conto com a Força dos ancestrais

Não me prendo a qualquer data

Desde outros carnavais... 

 

Não quero ser flor-exótica

Nem tão pouco médica

Prá desfribilar alguém no súbito

Lido bem com Surtos

Ajudando um outro próximo

Sem correr nenhum risco

Hoje queria ter um ídolo

Papai foi um grande estímulo

Meu “eu” não tem quês raquíticos

Não posso ser tão Lúcida

Em um meio, meio Nefasto

Os sonhos adquirem ritmo

Pode lhe parecer patético

Mas dentro de um sol Anêmico

Renasce mais de um Ícaro

Rosangela_Aliberti

São Paulo, dezembro de 1982

art by Linda Ravenscroft

Rosangela Aliberti
Enviado por Rosangela Aliberti em 10/07/2009
Código do texto: T1692773