Sabe?
Sabe?
Meu muro caiu
O mato cresceu
A mangueira floresceu
Telhas quebraram
Sabe a graviola?
Estava doce demais
Formigas aos montes
Em trilhas as danadas
Sol 40° graus
Calor
Poeira
O rio está lindo, azul
Cor do céu
Mamoeiro deu sua graça
e filhotes
Aguardo os frutos!
A poça não seca
Nem com o sol
Prenuncio de dores
Na epidemia do descaso
Sabe as cores do por do sol?
Creio que não....
Esplendida
Supera o magnífico!
Lá vem eles
Roendo, vorazes
Pobres seres
que maculam os troncos
Os enveneno
Não os quero
Pobre troncos
Que ficam ocos
Chove
Sabe o cheiro?
da terra?
e o som dela
se lavando?
Sinfonia
que depura.
Entram eles
Os que beijam as flores
Os que sugam sangue
E saem
Assim,
entram e saem
Caem e se levantam
Mudam os brilhos
Vivem e morrem
Sabe?
Sabe?