Caminhos

Caminhante que sou

Vago em asas, sem rumo certo,

Contemplo planícies verdejantes

E luto a desviar os meus olhos

De tudo que golpeia a minha alma

E me faz desacreditar.

Caminho a rolar por sobre estrelas

Imaginárias,

Lançando o meu coração andante

Ao vento que me conduz

Ao mistério,

Ébria de sonhos, coberta de esperar.

E das flechas em fogo

Faço flores,

A colher essências perdidas,

A encontrar, por entre despojos,

Uma rosa a ressuscitar.

Minha fé está num milagre do futuro,

Brotado em corações que cantam.

E celebro este canto que virá

Brotado em bocas gritantes,

A invadir campos e campestres, a contagiar.

O grito que arrastado pela chuva,

Desliza em enxurradas profundas

Até na várzea abrir-se

E fazer as flores brotarem.

E, quando já em silêncio,

Sentirei o brotar do tempo novo,

A reflorescer pelas épocas sem fim,

reconstruindo a história

Para, sempre em flores, se abrir.

Otelice Soares
Enviado por Otelice Soares em 10/07/2009
Reeditado em 10/07/2009
Código do texto: T1692501