Prelúdio.
Meu corpo chora saudade
na agonia dos toques
a deslizarem prazeres entusiasmados
na cama quieta, vazia.
Minha pele suada respira
seus dedos macios introduzidos
em meus cabelos soltos.
Faço um carinho no rosto,
palpito taras, clamo lambidas,
enterro minhas pernas no cobertor.
Minhas mãos cansadas provocam,
minha voz ecoa gemendo um grito.
Arranho a parede, descasco o gozo,
sinalizo perigo ao espelho,
abro a mente, sigo demente.
O relógio corre, corre...
Sua falta arde, incendeia.
São quinze para qualquer hora...
É hora! Agora! Depois!
O sabonete escorrega, espuma.
Quero estar pronta, ingênua malícia,
para derreter aos afagos seus
quando chegar o instante
de ser além de amante, amada.