Amigo, Carlos Drummond...
Carlos, há tempo que não faço uma poesia.
Não por falta de inspiração...
Há tempo que meus dois filhos,
[Renato Rafael e Bernardo],
Não necessite de tantos cuidados e atenção...
Há tempo
Que não há tempo
Para se dedicar a mim...
Ser dona de casa,
Ser mãe,
Ser esposa amiga e amante,
Aja tempo e jogo de cintura
Para atuar tantos papéis...
Não há tempo para tanta vaidade...
Carlos, o tempo passa tão depressa
Que quando percebemos
Que os filhos crescem!
É uma imagem gritante...
Filhos são para a vida inteira.
Assim também é a poesia...
Tento descansar o meu esqueleto
Do dia exaustivo,
Mas sou envolvida por suas escritas
Que mesmo com as pálpebras pesadas de sono
Leio-as e releio-as
Para lavrar na minha mente...
Busco-as tão fortemente
Que pressinto ouvir sua voz recitá-las para mim...
Carlos... É tão prazeroso este momento
Que durmo sem perceber...
É como numa canção de ninar
Que uma mãe canta
Para o filho dormir harmoniosamente...
A minha mente adormece em paz...