CANTO A GIÚ
Filho te vejo não em visão,
deste corpo finito.
Mas com os olhos d' alma.
Vejo-o alma antiga,e amiga.
no invisível e no infinito.
Onde cessa o cérebro a ver,
deu-me o Grande Espírito,
que ainda o veja,em momentos,
Até onde chegam as vibrações
dos sentimentos.
Vejo-o além dos surtos da poesia,
até onde possam ir vôos da crença,
E tenho atravessados neste tantos
anos as pontes dos espaço.Sentia.
Dizia, criança, sê energia, encantos.
Quando a Flor, da Laranjeira,
partiu.
Passei a viver o luto de dupla saudade.
Ouviu?
Viver, prevendo, é viver claridade.
Contemplando o que não via,
Ouvir.
O que os ouvidos não escutam.Santidade.
Hoje eu soube que fostes à Áustria.
Que roubaram-no de nós, mãos cúmplices.
E o aroma da Laranjeira, e você, réstia de luz.
Patria? Mas, tentemos, esforço multíplice.
A eternidade. Costurada pôr som esteta
sagrado do violino,com as letras do poeta.
Vês. Sobrou tudo e nada.
Tudo porque agora sei.
E nada, o Stradivarius que nunca,
Toquei.
Venceram-me a mim. Era natural.
E neste consolo de haver dado tudo,
A Patria Fiume.Vittoriale.Viu?
Acho que o Grande Espírito me deu
mais do que merecia.Laranjeira e Giú.
Toca em surdina, filho meu.
Acalenta este coração alquebrado.
E dos lindos acordes, todo seu,
Será o consolo da Flor de Laranjeira,
e os poemas do sonho meu.
#Para meu filho Giú (Giovanni),