PEDINTES
Pobres almas pedintes, sofridas,
De porta em porta a mãe estende.
Pedem migalhas - restos de comidas -
Para forrar o estômago que depende
Da necessidade de comer. Pobre gente
Que passa pela vida a pedir caridade,
Mutas vezes sem forças (já doente)
Cabisbaixo, devagar, de avançada idade.
Outras são crianças, pequenos seres, sofrendo
A carência do pão em sua mesa nua.
Sai por aí, pelas calçadas correndo,
Como um cachorrinho vadio pela rua.
Almas sacrificadas em corpos mutilados,
Nas esquinas da vida e da cidade.
Mãos magras estendidas por todos os lados
Pedindo por amor Deus! A piedade...
Suplicam o dia inteiro, dormem ao relento,
Sem abrigo, sem casa, sem parentes.
Vivem expostas ao sol, a chuva, ao vento;
Esperam na morte o descanso como presente.