PEDINTES

Pobres almas pedintes, sofridas,

De porta em porta a mãe estende.

Pedem migalhas - restos de comidas -

Para forrar o estômago que depende

Da necessidade de comer. Pobre gente

Que passa pela vida a pedir caridade,

Mutas vezes sem forças (já doente)

Cabisbaixo, devagar, de avançada idade.

Outras são crianças, pequenos seres, sofrendo

A carência do pão em sua mesa nua.

Sai por aí, pelas calçadas correndo,

Como um cachorrinho vadio pela rua.

Almas sacrificadas em corpos mutilados,

Nas esquinas da vida e da cidade.

Mãos magras estendidas por todos os lados

Pedindo por amor Deus! A piedade...

Suplicam o dia inteiro, dormem ao relento,

Sem abrigo, sem casa, sem parentes.

Vivem expostas ao sol, a chuva, ao vento;

Esperam na morte o descanso como presente.

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 08/07/2009
Código do texto: T1689423