O RETORNO HUMILDE
Mãos acenam com desconfiança
pois, o que pode a nau garantir,
se ela mal começou a partir?
Só sentimentos de esperança,
de todos, os mais profundos.
Os segredos infinitos do mar
que nem os deuses do tempo
conseguiram ainda decifrar
e eu, de longe, só contemplo,
parecem revelar outros mundos.
Então aquela nau tão soberba
se perde numa densa brisa,
os seus anais jamais realiza
e muitos sonhos de vida derruba,
ao perder de vez sua rota.
Então, ao descobrir sua pequenez
diante da divina natureza
percebe o grande erro que fez
ao exibir sua falsa grandeza.
Suplica ao Criador sua volta.
Diante de tanta adversidade,
pensamentos e anos se passam,
cada vez mais, lhe ensinam
o que significa humildade
e a nau segue desamparada.
Até que ventos mais serenos
lhe poem em águas calmas,
tirando a angustia de almas
que agora enxergam acenos.
Acenos pela sua chegada.
SP – 25/06/09
Fernando Alberto Couto
Inspirado na poesia"SOBERBA NAU" da
poetisa Moly, de 21 de junho de 2.009.