Crepúsculo

O ocaso é surpreendentemente belo

Romântico demais para se definir

Talvez seja pela firmeza e pontualidade

Com que ele de modo singelo

Insiste todo dia em se cumprir

Para alguns, sugere algo tardio

Ou um sentimento a se extinguir

No entanto, é com graça e agilidade

Que ele surge no melhor feitio

De quem se entristece, ao se despedir...

O fim da tarde é uma prece interminável

Uma oração solene, que a natureza faz

Diariamente... sem jamais se atrasar

Traz em si, uma mensagem inviolável

Uma etérea e inconfundível paz

A todo coração que sabe amar...

O crepúsculo é uma pausa intermitente

Que conforta a despedida natural

Entre a tarde que se vai... e a noite que virá

Ele é na verdade um presente

Daquele que criou todo mortal

Capaz deste espetáculo, apreciar!

Priscila de Loureiro Coelho

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 14/05/2005
Código do texto: T16881