"Vivere est"
O papel em branco
é a boca do barranco
em que cairei.
A folha branca
é a barca sem carranca
em que navegarei.
E cairei
e navegarei,
até que num porto
eu ache o anjo torto
que falou com Carlos,
e lhe disse para ser sinistro,
doido ministro
desse mar em que se está.
Navega-se a vida.
Porra louca de corrida
em que não se lembra da partida
e se quer esquecer a saída.