ASAS DE ANJO
Eu te abracei como quem andava pelo céu.
Sabendo que muitas vezes andei pelos prados divinos
Sem sequer reverenciar o perfume áureo das flores.
Eu sequer olhava o mundo de Deus dignamente,
Mesmo que o agradecesse todos os dias.
Hoje me parece que não lhe dava toda a importância.
Nesses dias que me têm posto uma tal sensação
Sobre o voo de um anjo que tem suas asas queimadas,
E num abismo cai sentindo e revivendo cada nota errada.
Nesses dias o mundo caiu em neblina,
E o cheiro de asas queimadas eram de anjos caidos do céu.
Ouvir as vozes pelo chão ajudava a não pisar em anjos.
No momento das revoltas, espadas amigas se machucam
Como alvos fáceis de uma resolução demasiadamente iludida.
Aqueles que lhe deram as mãos,
São os mesmos que o tocaram pela espada,
E também os mesmos que o empurrarão no buraco se puderem.
Infeliz daquele que confia no homem - diz a Bíblia.
Eu resolvi confiar no homem e deixar Deus como protetor,
Difícil é tentar fugir do fogo,
Difícil é tentar iluminar o homem à procura de imperfeições,
Com uma lanterna divina manuseada pelo exército de Deus.
Eu resolvi confiar no homem e deixar Deus como meu protetor,
Às vezes perderei batalhas, mas ganharei as que valem a pena.
Eu te abracei, cariño mío, como quem anda pelo céu
E percebi que sequer te cantava como tu merecias,
E agora que me abre todo o presente dos céus
Iluminado pela sua imagem de anjo
Eu me alevanto através de suas asas.