Igual

Cansei-me de contemplar a escravidão

E quis sair em busca da Liberdade.

Atravessei o tempo, perfurei o espaço...

E vi o presente dos homens,

Mergulhado no passado,

Afundado em atirudes e estranhas leis.

Sentei-me no vale da vida

E vi nomes trocados,

Atos (repetidos) disfarçados...

As mesmas dores, os mesmos prantos

A caminharem, como sombras,

Por entre as gerações.

Vi a Esperança correndo,

Perdida, desgastada,

Por entre as sombras da dor.

Vi as lágrimas nos olhos do Tempo

E o matírio de todos os tempos

A quem eu chamo de desamor.

Vi a luz tragando a escuridão

E sere perdidos e inconscientes,

Levantando véus e lutando

Para trazê-la de volta.

Vi pássaros voando nos céus

E bala perdidas, velozes, abatendo-os

Sem nenhuma razão.

Vi águas límpidas,

Vi pessoas se revoltando

E culpando os seus deuses.

E pessoas chorando,

Atormentadas, reclamando

Ou tentando, num último instante,

Aproximar-se do Deus dos deuses.

Vi o tempo perdido

Como tela de televisão.

Vi repetir-se as "soluções",

Brotando descaminhos e desilusões,

No coração do povo.

Filhos do tempo, senhores da Terra,

Contemplai a renovação

Que brotada do seio da Natureza,

A cada dia se refaz, se reconstrói.

Contemplai!

Ao menos contemplai!

E vereis para que vale a luta,

Pra que se construiu o Universo,

Para que serve a Vida,

Esta prova incontestável do Amor.

Otelice Soares
Enviado por Otelice Soares em 06/07/2009
Código do texto: T1685521