Igual
Cansei-me de contemplar a escravidão
E quis sair em busca da Liberdade.
Atravessei o tempo, perfurei o espaço...
E vi o presente dos homens,
Mergulhado no passado,
Afundado em atirudes e estranhas leis.
Sentei-me no vale da vida
E vi nomes trocados,
Atos (repetidos) disfarçados...
As mesmas dores, os mesmos prantos
A caminharem, como sombras,
Por entre as gerações.
Vi a Esperança correndo,
Perdida, desgastada,
Por entre as sombras da dor.
Vi as lágrimas nos olhos do Tempo
E o matírio de todos os tempos
A quem eu chamo de desamor.
Vi a luz tragando a escuridão
E sere perdidos e inconscientes,
Levantando véus e lutando
Para trazê-la de volta.
Vi pássaros voando nos céus
E bala perdidas, velozes, abatendo-os
Sem nenhuma razão.
Vi águas límpidas,
Vi pessoas se revoltando
E culpando os seus deuses.
E pessoas chorando,
Atormentadas, reclamando
Ou tentando, num último instante,
Aproximar-se do Deus dos deuses.
Vi o tempo perdido
Como tela de televisão.
Vi repetir-se as "soluções",
Brotando descaminhos e desilusões,
No coração do povo.
Filhos do tempo, senhores da Terra,
Contemplai a renovação
Que brotada do seio da Natureza,
A cada dia se refaz, se reconstrói.
Contemplai!
Ao menos contemplai!
E vereis para que vale a luta,
Pra que se construiu o Universo,
Para que serve a Vida,
Esta prova incontestável do Amor.