Emigrante... 2

Vou por antigos caminhos

que um dia já percorri...

Hoje, aguardam-me os espinhos,

que as rosas que então colhi,

rosas de Santa Maria,

não mais eram que o dossel

do sonho que se entrevia

no regaço de Isabel...

Rosas que não foram pão

nem para quem as colheu!

E levo no coração

este desgosto infinito

de me sentir no que é meu

cassado, opresso, proscrito!

José-Augusto de Carvalho

In arestas vivas, Lisboa, 1980, Edições NA*ORION.

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 03/06/2006
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