SEM FANTASIA

Eu, cá com meus temores,

Escondo a cabeça

Em pose de avestruz.

No instante em que a cena pára

E a criança achata o nariz

Na vidraça,

Vendo outras soltando barcos

Comuns na enxurrada.

Na calçada, além das pretensões,

Persigo a poesia substantiva

Que você me encomendou

Quando éramos um corpo e espírito

A separar estrelas entre o joio.

E eis que chega

O Zé dos meus suspiros

E me pergunta

O que tem pra janta.