Sorte
Sorte
Não fujas de mim,
Tu que sempre me acompanhaste,
E em promessa vã me atiraste o fim,
Não terminou a viagem,
Não chegou o fim do mundo,
Nem o vento parou,
A orbita da Lua não mudou,
E eu, continuo de pé,
Hirto, frágil, olhando a maré;
Não sou o que dizes,
Essas flores murcharam,
Na mingua água,
Que derramaste na terra seca,
Árida, perdida no pó,
E meu jardim, não brilha,
No desalento da distância, fico só;
Pura ilusão,
Mas não perdi a esperança,
Que o Sol te traga nos seus raios,
Que o colorido volte em Maio,
Envolto em tua saia rodada,
E os versos façam o cantar,
Dos teus lábios,
Que dizem me amar,
Sorte pura de uma gota chuva,
Sorte minha, que volta cavalgando na Lua.
Nenúfar 4/7/2009