(Federico Garcia Lorca, Madri, Dezembro de 1919)
Mote: " A SOMBRA DE MINH'ALMA", interpretação.
Assombramento
Renego este lavrar em mim
trilhos de dor
Que me fez beber
doloridas lágrimas
e me transformou em vontade de ser triste
pela doce querença em que vivia.
Culpa do rouxinol que deixou de cantar
Que desculpas virão
para serenar o meu tormento
carecido de esperança?
De ouvir seu canto pela madrugada
Madrigal de meus anseios
Acordar a minha alma
calada e sombreada?
Um véu, vestiu os meus olhos,
e a vida, sustentou-me enganada.
Culpas?
Desculpas?
Como aclarar uma vida distante?
Agora?
já nem sossego nem furia
nem canto nem madrigal
peregrino vago e errante
Nem sombras nem saudade nem passado
tudo se esfumou
Pelas cegueiras desse clamor
Será que tenho alma?
Ou levaram-na de mim?
Encarceraram-na?
Deram-lhe sumiço?
Para que se resguardassem de uma perdição
E delitos não fossem conhecidos.
Ah! Mas ficou a sombra; está comigo.
E o teu canto ousado e peregrino
Por vezes ouço-o pela madrugada
De T, ta
~04~07~09
Mote: " A SOMBRA DE MINH'ALMA", interpretação.
Assombramento
Renego este lavrar em mim
trilhos de dor
Que me fez beber
doloridas lágrimas
e me transformou em vontade de ser triste
pela doce querença em que vivia.
Culpa do rouxinol que deixou de cantar
Que desculpas virão
para serenar o meu tormento
carecido de esperança?
De ouvir seu canto pela madrugada
Madrigal de meus anseios
Acordar a minha alma
calada e sombreada?
Um véu, vestiu os meus olhos,
e a vida, sustentou-me enganada.
Culpas?
Desculpas?
Como aclarar uma vida distante?
Agora?
já nem sossego nem furia
nem canto nem madrigal
peregrino vago e errante
Nem sombras nem saudade nem passado
tudo se esfumou
Pelas cegueiras desse clamor
Será que tenho alma?
Ou levaram-na de mim?
Encarceraram-na?
Deram-lhe sumiço?
Para que se resguardassem de uma perdição
E delitos não fossem conhecidos.
Ah! Mas ficou a sombra; está comigo.
E o teu canto ousado e peregrino
Por vezes ouço-o pela madrugada
De T, ta
~04~07~09