DOZE

Eu tinha doze anos

e tinha tantos sonhos

sonhava em tantos corpos

suava em tantos sonos

babava em tantos panos

leçois esvoaçantes

rodava entre nuances

de beijos lancinates

eu estava arfante

em meus doze verões

em minhas doze verções

eu gostava do vinho

das doze sensações

das doze donzelas

eu era de todas elas

e elas eram em mim

vassalas e suzeranas

rogavam em minha cama

jorravam em minhas coxas

e eram bocas roxas

e eram de caricias

que não tinham malicias

mas era vãs delicias

em meus doze caminhos

eu via só espinhos

achava que era sozinho

em minhas doze lamurias

mas agora eu sei

que minhas doze agruras

eram adolescentes

que premeditavam

uma aurora rubra

uma nova vida

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 04/07/2009
Reeditado em 04/07/2009
Código do texto: T1681422
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