Pássaro

Liberte-me, deixe-me voar
sobre jardins de flores perfumadas,
guiando-me pelo caminho dos sonhos,
pois neste espaço solitário,
as grades projetam em mim
sombras de tristeza,
e faz-me vestes de presidiário.

Meus olhos brilham como espelhos
refletindo o mundo lá fora,
onde o vento agita os mares,
as nuvens trocam de cores
e eu, pássaro, arrisco-me feliz,
planando, ou em vôos rasantes,
sempre vendo ao longe,
a linha do horizonte onde
céu e mar encontram-se, enfim.

Quero voar, sempre...
em direção aos sonhos que esqueci,
de tanto serem apenas sonhos!
Quero abrir as asas e me atirar,
sentir o cheiro do mundo,
rir, chorar e viver, enfim,
morrer no brilho do meu dia,
e não nas sombras de um quarto escuro.

Deixe-me acordar de manhã
e sentir a imensidão do espaço
para onde posso pular e voar.
Deixe-me ouvir o repicar dos sinos
das igrejas bem longe
para onde posso ir, se quiser.

Enfim, meu senhor,
liberte-me dessa gaiola,
por favor.


Inspirada na imagem postada acima

Imagem da Net
Direitos autorais reservados para o texto