Tecido da vida

As flores silvestres abrem-se para meus olhos

E uma melodia vem do cheiro orvalhado da terra

Arrastando-me em devaneios

Contagiando minha boca de palavras de lembranças...

Dos sonhos tecidos por meus pais um vingou

Alongar meus ramos neste vasto chão

E minha mãe me contou que os sonhos crescem em qualquer idade

Alguns deles murcham à tarde

Mas ao raiar de um novo dia

Estendem-se pelos galhos da jornada

Muito mais a vida me deu

Namorei meus dias

Em verdes paragens

Floriram-se alguns deles

Dos que vingaram

Passo-os agora com meus filhos

Ricos e pobres foram meus passos

Alguns caminharam lentos e indagaram de minhas perdas

Outros fugiram a galope quando o sol os aqueceu

Vi meninos brincando de rodas

E homens lutando por terras infindáveis

Dei um assopro em meus olhos

Quando um cisco entrou na beira da estrada

Tantas vezes ceguei diante dos amores

Muito embora deles não guarde memórias doídas

Ainda serei avó de meu destino

Colhendo aqui e acolá um sorriso, um alento n’alma

Debruçada em minha janela assisto ao vento mudar de direção

Achega-se minha neta e grita que o sonho agora é meu e dela

Então ele pede carona e senta ao lado de nosso coração

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 03/07/2009
Reeditado em 03/07/2009
Código do texto: T1680242
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.