Perdição.
Quis tua boca, meu vício, tardei no gosto;
Toquei tuas mãos, o arrepio, perdi no gesto,
Já rasguei minhas roupas, despi meus restos,
Esqueci minha face e pintei teu rosto.
Colhi do beijo casto, o custo imposto.
Feri fundo na pele, a flor protesto.
Quis conflito e pecado, dor e incesto;
Então cortei na carne, o medo posto.
Nesta curva a cilada é um olho turvo,
Mas todos os caminhos já estão curvos.
Procurei nos rumos, rotas de saída.
Desgraçado refém, ardendo zen;
Embotado de mim, aguardo o fim,
Preso na eternidade, tal suicida.