BAILES DA VIDA
 
Na grandeza daquele salão
ecoava o som da orquestra
que animava a linda festa.
Ray Conniff é que dava o tom,
sob o brilho de muitos cristais
daçavam românticos casais.
 
Noutra mesa, quem tu desejavas
nem tua exuberante presença via,
envolvido com outras mulheres.
Enquanto isso, a teu lado eu sofria,
pois sequer minha voz escutavas,
mantendo o pensamento alhures.
 
Mas a vida é um baile constante
e nesse baile alguém me escutou,
cantou comigo a mesma canção,
fez-me, dela, seu único amante,
deu-me amor, amizade, não só paixão
e, com paz, meu coração conquistou.
 
Sei que agora tu procuras por mim,
lamentas o cruel inverno da solidão.
Mas o baile da vida é a realidade
e dentro dela tu que desejou assim,
incauta, jogou fora toda a felicidade
que, num baile, estava em tuas mãos.
 
                 SP – 30/06/09
Fernando Alberto Couto
Enviado por Fernando Alberto Couto em 01/07/2009
Reeditado em 08/08/2009
Código do texto: T1676476
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