Carrosel

Que dia estranho!

Tudo fora do lugar.

Meu corpo não parece meu, meus olhos não vêen as coisas boas da vida, minha mente está focada numa única coisa: vazio.

O tédio consome meu viver sem pudor. Meus desejos se misturam como baralho, meus sonhos se esqueceram de ser sonhados. Tudo fora do lugar, tudo normal.

Sinto que sou poeta de uma frase só, sinto que sou homem de uma nota apenas: dó.

As horas não passam, o carro não vai nem o trem vem. As nuvens param, o Sol se esconde, o frio queima meus lábios, ócio. A sintonia com o mundo está pertubada, sinto-me fora do ar, mas misturado com o racional. Tudo tão diferente, mais tão comum.

E daí surgem as margens, as perguntas profundas: Quem sou? De onde vim, pra onde vou?

E me pego questiando á DEUS. Mas o a Deus fica pra depois, ainda não estou indo embora.

Quero ficar, mas, não assim, ficar por ficar. Quero a paz, a magia de ser presente em minha vida. Quero desobedescer as normas, quebrar paradigmas! Quero calar-me diante ao silêncio. Quero o batuque em dias de chuva! Quero saborear as páginas de um bom livro, pode ser até o livro da minha vida, mas que seja gostoso.

Quero a magia de sete lagoas dançando por entre meus olhos, quero um beijo demorado da namoradeira num fim de tarde, quero, quero e como quero, viver.

Mas, está tudo fora do lugar!

O céu está sobre meus pés, a terra ainda faz barro na minha boca. Já as flores, as flores... dessas, só ficaram as lembranças. Mas, quanto mas! Quntas vírgulas! E nessas pausas... pinduro minha foto na parede do meu tédio. E tudo que pensei, ainda há de ser verdade, e tudo que amei, não há de ser tarde, e tudo que larguei, ficou só a saudade.

Mas, está tudo no seu devido lugar.

Eu que dormi nesse carrosel da vida...

Henrique Martins

30/06/09