Ausência em Amarelo

O diabo é essa solidão que me atordoa,

esse silêncio que nada ecoa,

essa tristeza que se amontoa

e essa liberdade à toa.

Tua ausência habita minha casa.

O jantar que te fiz, esfriou.

A vela apagou,

a lavanda acabou,

mas você não passou.

Tentei te escrever uma poesia,

com rima, métrica e galhardia.

Mas só eu sei da triste ironia

de achar que você já não me doia.

Só eu sei do choro que retenho,

do gesto que contenho

e da saudade que te tenho.

Na tela, em amarelo, você me sorri.

Meu mundo, cabia ali.

Para Eliane Regina Leão