Desejos de Vida e morte
Quando meu último suspiro
Encontrar na morte o cume
Não terei os restos sepultados,
Posto à sanha de algum verme.
Quando meus olhos piscarem
A triste e mórbida face da morte
Não serei posto em um caixote
Nem meu corpo entregue à sorte.
E se meu corpo magro e fraco
For a razão de minha face pálida
Não quero que em terra fúnebre
Jaza minha pele morta e gélida.
Quero nas sombras do mulungu
Minhas cinzas azuis lançadas
Que seja teu fruto, fruto meu
E suas raízes em mim alimentadas.