Os Culpados do Lamento

Outrora livres matas verdejantes,

Cobertas árvores de orvalho cintilante,

Mananciais da vida abundante

Viram no erguer-se, um ferro brilhante.

O ferro minha gente, era o machado.

Que no vai-vem golpeava todo lado.

Não obstante da destruição,

Aquela seca máquina o manejava.

Sem alma, sem coração.

Só a fria lâmina já não bastava.

Usava algo mais quente para a destruição

Onde no laranja-rubro, o orvalho desintegrava.

Das sobras, somente o cinza morto.

O céu, lamenta o massacre em manto preto.

Suas grossas lágrimas caem.

As árvores já não estão lá

Carregam consigo o cinza morto.

Carregam também os assassinos

Verdadeiros culpados do massacre sem fim!

Vinga o céu sua companheira terra.

Lançando seu fogo ardente

Limpando da terra com um sol escaldante,

Terra nua em laranja-rubro.

Vinga-se da máquina com a seca.

E do deserto da tristeza.

Seremos nós os culpados

Dos lamentos celestes emocionados?

Diego Pablo Cozer
Enviado por Diego Pablo Cozer em 30/06/2009
Código do texto: T1674869
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