Os Culpados do Lamento
Outrora livres matas verdejantes,
Cobertas árvores de orvalho cintilante,
Mananciais da vida abundante
Viram no erguer-se, um ferro brilhante.
O ferro minha gente, era o machado.
Que no vai-vem golpeava todo lado.
Não obstante da destruição,
Aquela seca máquina o manejava.
Sem alma, sem coração.
Só a fria lâmina já não bastava.
Usava algo mais quente para a destruição
Onde no laranja-rubro, o orvalho desintegrava.
Das sobras, somente o cinza morto.
O céu, lamenta o massacre em manto preto.
Suas grossas lágrimas caem.
As árvores já não estão lá
Carregam consigo o cinza morto.
Carregam também os assassinos
Verdadeiros culpados do massacre sem fim!
Vinga o céu sua companheira terra.
Lançando seu fogo ardente
Limpando da terra com um sol escaldante,
Terra nua em laranja-rubro.
Vinga-se da máquina com a seca.
E do deserto da tristeza.
Seremos nós os culpados
Dos lamentos celestes emocionados?