NA PAISAGEM DA RUA
Na minha memória
Toda rua tem seu curso
Onde um cão raivoso passeia
Enquanto o silêncio dita as regras do momento
Sou prisioneiro do medo da noite escura
Apesar de saber tantas coisas
Que me faz enxergar o espelho
A esperança cabe na manhã
De um domingo ensolarado
Onde as certezas se desenham
Sob um excesso de azul
Na minha memória
Alguma coisa soa definitiva
Não sei se é a mentira
Não sei se é o segredo
Da primeira mordida na maçã
Ou a falta de sentido
Que é acreditar em quase nada
Sou prisioneiro dos dogmas
Das leis, das "verdades"
Que me dizem nada
Na minha memória
Só escuto o silêncio
Seguindo seu curso na paisagem da rua.