Culpas

E eis que agora já não sou um.

Sequer a metade de um mais um.

Sou a parte corrompida

que causa toda ferida.

Sou a parte estragada,

desse Todo que ficou nenhum.

Sou o meio do Nada.

O perpétuo jejum.

Juntei a culpa às dores que sinto.

E só porque pensei em ser feliz,

mostraram-me que isso nem se diz.

A qual deus recorro?

Por medo, só encolho,

pois temo o que escolho.

Convenceram-me que carrego o horror,

de ser o Golen que só causa dor.

E vejo em cada riso ou choro estranho,

que meu querer já não tem tamanho.

Decidem por mim sobre quando falar sim.