Catando os cacos...
Eu estranho este ar que me rodeia
Este vento que muda tanto
Que ora me tonteia
Que ora me arrasta
Que ora me leva
Que ora me traz
Que ora me deixa prostrado
Numa realidade que parece um sonho
Num sonho que parece real
Eu não entendo por que os meus pensamentos fogem tanto
Porque eu amo tanto este silêncio da alma
Que não acrescenta nada a ninguém
Só a mim inebria e liberta
Neste silêncio
As lembranças
São Imagens próximas
Refletem-se num espelho
Fragmentado
Em cacos
Invisíveis
Aos meus olhos
Mas Visíveis
Ao meu coração
Vivo
Querendo
Remontar
Este
Espelho
Com os cacos
Que me cortam
Por dentro
Mas não me sangram
Por fora
E
Querendo
Rever
As Imagens
Que um dia
Ali
Em sua frente estiveram
...hoje tão embaçadas que mais parece um sonho...