Ouroboros, o eterno retorno.
E de que valerá neste seu corpo breve,
A curta duração da vida passageira
Um segundo será fugaz quando descreve
Mundana perversão, miragem derradeira...
E de que valerá nesse teu sonho leve
Se nesta imensidão hostil e verdadeira
A luz renascerá na calma que releve
Toda a ingratidão se perderá inteira...
E quando a morte por o beijo frio, sem drama,
Consinta que, talvez, entenda na mensagem
Precisa, sem horror, como mais uma viagem.
Que, enfim, alcança a paz, descansa e não reclama.
Torna ao Cosmo que o traz figurado no eterno;
E retorna outra vez, à imagem do paterno...