A VAGAR...

Do alto do rochedo vislumbro no ocaso

O sol escondendo-se, como meu coração

Que sofre hoje, tamanha solidão.

Barcos a passarem ao largo, distante,

Com suas luzes a oscilarem.

Sinto-me um barco...

Partindo para lugar algum,

Sem porto para ancorar...

Como se o próprio tempo,

Estivesse no timão dessa nau,

Sendo ele dono e senhor absoluto

Dessa fragata perdida, a deriva

Neste imenso mar de ilusão

Em que hoje se perde meu coração...

Por vagas brancas, imensas, fico desesperadamente

A perder-me... A achar-me...

Sem ter um cais para aportar,

Sem ver o horizonte do hoje ou do amanhã...

Tempo!!!

Oh senhor dos bálsamos e lenitivos!

Traga para este coração sofrido

Belos dias de sol, com luzes e sons coloridos,

A trazer flores, sem espinhos, pra encantar

Minha vida, onde não encontro sentido!

umvelhomenino

MORDEGANE
Enviado por MORDEGANE em 13/05/2005
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