Espelho

Ainda bem que você vem me visitar os olhos,

como rosas vermelhas, como uma criança suja.

Ainda bem que essa chuva molha o meu corpo,

apagando os rastros de uma vida em preto e branco.

Como um palhaço sem graça,

sinto os dias correm por entre os dedos,

imagens do seu cabelo dançado ao vento, perseguem os meus pensamentos.

Todos os dias insistem em nascer, e você não vem me ver.

Ainda bem que eu te rascunhei no meu peito,

e as lágrimas salgadas em minha fronte,

adoçam a minha insalubridade.

Pinto um céu vermelho com as pe..to..las e sis.

Dá dó, nem vem de lá tão só.

E o vermelho vem mesmo dos meus lábios divididos.

Um busca o mar, o outro busca março.

E toda hora é fracionada.

Meu tempo racionado, e nós parados.

Mas ainda bem que o vento sopra nesse céu vermelho...

Levando as flores para longe, e trazendo inspiração de longe que vem só de lá sem dó.

Ecoando notas para as pessoas!

Preocupando-se apenas, com ESTERIÒTIPOS!

Ainda bem que uso óculos escuros.

Pois assim vejo além dos corpos.

Vejo a alma.

Há uma calma em meu ser, que não sei dizer o porque disso acontecer

se eu tento perceber que nada é tão RUIM assim SEM VOCÊ.

Mas ainda bem, que meus pés não estão no chão.

Pois assim o céu tingido não posso tocar.

E sem máscaras, ou fisionomias, transformo um Zé em Alguém.

Desabrocha uma personalidade, mistura de papel e lápis de cor.

Misture as tintas!

Mas ainda bem que você visita-me os olhos.

E sem se apresentar sei o teu nome.

Meio mágico, ou complexo.

Isso são laços antigos.

Que descobrir no meu reflexo,na janela dos teus olhos.

Ainda bem que você também usa óculos escuros!

Henrique Martins

24/06/09

Davidson Martins
Enviado por Davidson Martins em 25/06/2009
Reeditado em 02/07/2009
Código do texto: T1666014
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