METROPOLITANOS - I
Caminhos dantescos, sinais alucinados
Uma veia calógeras, colagem abstrata
Quantas partes divididas entre a escada e os vidros
Um carro capotado na esquina
Crasso e diletante, barracas ao léu
Verde no cinza-prata, ouro
Ácida chuva, outro risco, é o céu
Uma nova vassoura com pêlo de touro
Trilhos e tijolos, um rápido Cometa
Um cara balança a bunda, whisky no copo
Moedas de colecionador, um troco que falta
Beijo roubado, um tapa, um soco
Tesão de novembro, sua blusa mostra o seio
Ninguém tira o sarro, ela é dele
Páginas amargas, solidão de voleio
Carrancas para essa coisa de pele
Sonsa comida, mais um copo vazio
“Sampa” escondida, um laço febril
Largados na praça, de párias a vadio
Estampas surrados no mês de abril
E me brilham os olhos, é cheia a Lua
Tráfego insano, volta tardia
Cama e lençóis, você toda nua
Gozos prolongados na casa vazia.
Peixão89