OPOSTOS
Na imagem refletida do sonho
Quando os contrários se estranham
Na mãe África grande e negra
Do sono das noites agitadas
E a mãe primordial vem.
Na tela pintada verde e rosa
Onde se espelham dois palhaços
Só que um ri e outro chora.
No colóquio do guru
E do discípulo – este se desconcerta
Caminhos? Em todos eles a pedra
A fuga alucinada
Para onde não quer estar.
No baile onde se dança minueto
O vestido de princesa
Nos pés, sandália havaiana
Ou à espreita, por entre e atrás
das colunas do palácio.
O que fazer, indaga?
A mulher que estava de pé
lhe entrega uma folha branca.
E essa do espelho...
Não se reconhece, na alvura
de quem olha, com a que mostra
a imagem refletida, cor de ébano
E assim nesse jogo de contrários
e desconsertos vamos sós
trilha invisível, paralelas
Diana Gonçalves
23/06/2009 – 00:07 - Pol – Eu minto – Mote - MariSaes