Eva
E esta maçã
que agora tomo
a emanar sedutores aromas
dos reluzentes matizes rubros...
minhas mãos pacientes a acariciam,
contam o tempo do maturar.
até que, pela tênue haste seca
os meus dedos a erguem
e a levem aos lábios famulentos.
dentes cravam a tenra carne.
lânguida e prazenteira,
geme a textura de areia úmida
que agora se adelgaça
e uma ampulheta se delineia
saciando minha urgência.
do centro da cintura me espreita
um arranjo prenhe:
gotas negras encravadas
nos vãos talhados no útero esqueleto.
"Consunmatum est!"