UM DRAMA: A PROVA FINAL
As horas estão passando
Os ponteiros são velozes
O momento se aproxima
E o medo me rói por dentro
Tento falar em voz alta
Muitas maneiras tentar
Gestos de suplica, desespero
Mas nem escrevendo consigo entender
Verbal ou não verbal
Não a signo ou ícones
Que registrem em meu cérebro
O que tenho que aprender
Três teorias, três formas de ver
O mundo, nenhuma forma de
Compreender o que esta
Sendo dito, falado, explicado
Imagens, linguagens, tudo
E nada e nada é tudo
Preciso de números quando
Detesto a formulas
Mais um ponto, meio-ponto
Luta desesperada, no deserto
Das palavras perdidas em meu
Caderno, apenas anotações sem sentido
Qual a coesão e a coerência ?
Facilidades que não são
Explicadas no dia-a-dia
Apenas na folha em branco
Em cima de uma mesa
Que nem cabe um braço
Numa sala cheia de mentes
Que fervem de duvidas, certezas e medos
Perdida no meio das perguntas
Leio o erro descrito como
Se fosse verdade
Tão pouco por muito
Um olhar pelo vazio
E a certeza de que mais nada
Adianta, e em minhas crises
Existências dignas de Freud ou Platão
Nem sei mais quem disse o que
O documento que sela um destino
É entregue, vontade de correr
Implorar, por favor, me deixa colar
Já tentei de tudo, mas não consigo
Gravar, decorar, saber, entender, sei lá
Só da porta para fora fui lembrar
Mais já é tarde demais para voltar