Happy End

Na despedida convoca-se a ausência,

traduzida nos olhos que tocam a efémera luz da madrugada – percorremos

o que foi o lume de uma claridade cintilante. Pelas altas horas

o nevoeiro enlaça os objectos num desmaio sombrio e

os nossos lábios estremecem no último contacto. Absorto,

escavo a linguagem para repercutir as frases absolutas que já não diremos – íntimas, líquidas -, quando cerzirmos o corpo desmoronado,

quando – inquietos – voarem pelas pálpebras

os pássaros perfeitos da melancolia.