ACALANTO DO TEMPO

Permite

que eu fique por perto

sem palavras, em silêncio

aconchegada no peito

da ternura descoberta.

O tempo caminhou muito

e está cansado de andar...

Na linhas que a vida tece

somos caminhos cruzados

nos entremeios do acaso

que rege o inesperado.

O tempo caminhou muito

e está cansado de andar...

Repousa

teu jeito menino

no ombro do meu carinho

Estende

tuas mãos vigorosas

na direção do horizonte

Conquista

a luz que ressurge

na claridade do céu

Viaja

nos braços da noite

na quietude do sono

Deixa

que os sonhos embalem

a alegria desperta

sem pressa, na calmaria

do mútuo bom que acontece

no instante que comporta

a plenitude das horas

no infinito do abraço...

O tempo caminhou muito

e está cansado de andar...

Permite

que eu te ame por inteiro

sem palavras, em silêncio

na intensidade do gesto,

acariciando o teu rosto

na imensidão de um celeiro,

que armazena colheitas

de risos e recompensas

...de um tempo que caminhou muito

e está cansado de andar...