POEMA DO MEDO
Enquanto os vossos sangues
se escorrem pelos ralos de esgotos,
os nossos rios: fontes de amor e vida
já morrem com tanta sede
E os meus filhos?
Enquanto os que mais podem impedir o presságio
prediletam ignorá-los à luz da noite e à escuridão dos dias
o vosso oxigênio, os nossos pulmões dilacerados
ao ar livre já morrem sufocados
E os teus netos?
Enquanto o abismo se agiganta
bem aos pés de quem o criou,
os vossos escudos já sangram e torram
O futuro chegou, enfim:
ele esteve tão foi florido,
os nossos dias estão contados
E os teus filhos?
E os meus netos?
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