POEMA DO MEDO

Enquanto os vossos sangues

se escorrem pelos ralos de esgotos,

os nossos rios: fontes de amor e vida

já morrem com tanta sede

E os meus filhos?

Enquanto os que mais podem impedir o presságio

prediletam ignorá-los à luz da noite e à escuridão dos dias

o vosso oxigênio, os nossos pulmões dilacerados

ao ar livre já morrem sufocados

E os teus netos?

Enquanto o abismo se agiganta

bem aos pés de quem o criou,

os vossos escudos já sangram e torram

O futuro chegou, enfim:

ele esteve tão foi florido,

os nossos dias estão contados

E os teus filhos?

E os meus netos?

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Vagner Silva
Enviado por Vagner Silva em 21/06/2009
Reeditado em 24/08/2009
Código do texto: T1660543
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