PEDAÇOS ANÔNIMOS

Certamente

se numa esquina anônima da vida

de repente

encontrarmos pedaços perdidos

de saudade a nos sorir

ou nos fazendo doer na alma

as lembranças de um passado que não morre

dentro de nós...

E se juntarmos os pedaços a luz da lucidez

há de se estampar diante dos olhos

a imagem colorida ou opaca

das lembranças que não passam

a nos trazer todo fim de tarde

o arrependimento de não ter sido

ou mesmo a saudade do que foi...

Tudo passou ou vive ainda adormecido dentro de nós

pulsando na ancia do desejo

de acordar pra ser!

Mas tudo já morreu

n

a perdida oportunidade que a vida deu

passou... passou!

Certamente

nos confortamos

estabelecendo o marco

da razão do que foi

ou do que deveria ter sido e não foi.

Extravaso minha dor em gotas de poesias

que transbordam na saudade do que foi...

São pedaços de lembranças

perdidas

São desejos arrependidos de não ter sido.

Dor anônima

que a vida não mais permite rotular.

O que pareceu ter tido fim

continua feito furação adormecido

expelindo cinzas

pra depois cuspir semente dos sentimentos

Rochas de sentimentos diluídos

que fluem de minhas entranhas

Pedaços anônimos que correm pelas veias

a alucinar-me...

Ai então entenderemos por fim

a essência de amor

que não fui capaz de dar ao próximo

nem a mim mesmo!

Flamarion Costa
Enviado por Flamarion Costa em 21/06/2009
Reeditado em 14/04/2018
Código do texto: T1659821
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