PEDAÇOS ANÔNIMOS
Certamente
se numa esquina anônima da vida
de repente
encontrarmos pedaços perdidos
de saudade a nos sorir
ou nos fazendo doer na alma
as lembranças de um passado que não morre
dentro de nós...
E se juntarmos os pedaços a luz da lucidez
há de se estampar diante dos olhos
a imagem colorida ou opaca
das lembranças que não passam
a nos trazer todo fim de tarde
o arrependimento de não ter sido
ou mesmo a saudade do que foi...
Tudo passou ou vive ainda adormecido dentro de nós
pulsando na ancia do desejo
de acordar pra ser!
Mas tudo já morreu
n
a perdida oportunidade que a vida deu
passou... passou!
Certamente
nos confortamos
estabelecendo o marco
da razão do que foi
ou do que deveria ter sido e não foi.
Extravaso minha dor em gotas de poesias
que transbordam na saudade do que foi...
São pedaços de lembranças
perdidas
São desejos arrependidos de não ter sido.
Dor anônima
que a vida não mais permite rotular.
O que pareceu ter tido fim
continua feito furação adormecido
expelindo cinzas
pra depois cuspir semente dos sentimentos
Rochas de sentimentos diluídos
que fluem de minhas entranhas
Pedaços anônimos que correm pelas veias
a alucinar-me...
Ai então entenderemos por fim
a essência de amor
que não fui capaz de dar ao próximo
nem a mim mesmo!