Psicografia
Psicografia
A hora das cinzas morreu
O vulto da manhã desperta
Sereno não me apavora,
Cantos são roncos suavíssimos;
Meu fogo manso deu-se acalantado
Como num soneto, fálico
Dando luz aos olhos que
Fingem cantar ternura,
Amanhã eu transito no tempo
Intransponível.
Mas não cante o silêncio vão
Dos beijos jogados aos quilômetros
Que percorro com pés ausentes
De caminhos sangüíneos,
Vitória indestinada aos gregos.
Eu sou o Deus da distância
E o mártire do langor inacabado,
Bêbado em forma e sutileza
fêmea, cárcere em vigor.
Cante! Pois canto no agora
A presença mortal de minha aurora.