A vida nem sempre é o que se espera
Nos meus tempos de menina
Construí sonhos, Idealizei momentos,
Determinei caminhos e projetei direções.
Coloquei-me como sentinela do destino
A espera do meu tempo de glória,
Alimentava-me da garra de vencer,
Incansáveis buscas, grandes anseios
E nem sentia os tropeços, as barreiras
Pela dimensão da aspiração da vida
Vieram as batalhas, muitas e muitas,
Intermináveis formas de transformação
Próprias da sobrevivência humana,
Que marcaram e enumeraram épocas.
Sonhos se curvaram diante do inusitado
E deram lugar as cicatrizes das feridas
Da alma, dos erros cometidos e sofridos.
Já não possuo só sorriso cativante,
Nem olhar de esplendor ao colorido,
Nem mesmo por vislumbrar minutos.
Há o deslizar de lágrimas, de desgosto
Da paz esperada e não encontrada
Da decepção desumana presenciada
De amores perdidos, da solidão vivida
Embora tenha ficado heranças positivas,
Poucas diante da imensidão do mundo
É aí que vem o despertar, a utopia
A vida não é so que se busca e espera,
É o que se vive, na totalidade de viver.
O duro é ter a consciência de que não
Podemos voltar viver tudo de novo.
TeteCrispim