o poeta

o poeta usa e abusa

do mar

do olhar

da lua

da mulher

e da sua alma confusa

da pele nua

sob a transparencia discreta

da blusa

o poeta e' um usurpador

invade emocoes

rouba segredos

misterios

sensacoes

as mais profundas

inunda de versos

e cancoes

os cantos mais vazios do peito

o poeta e' um insatisfeito

um quase insensato

um intruso

tem tantas razoes

pra viver recluso

mas quase nunca suporta

e por vezes

perdido entre bracos

e bocas febris

escancara as portas

e aceita sereno

toda a dor e a saudade

que ja' tinham sido mortas

bebendo gota a gota

como se fosse veneno

e ainda consegue ser feliz

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 19/06/2009
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