DESILUSÃO

Eram dois enamorados,

palavras nem precisava,

somente olhares falavam

da ternura que sentiam

movidos pela paixão,

que fazia os corações

bater mais acelerados

cada vez que se encontravam.

E um beijo apaixonado,

selava cada vez mais

suas vidas e a esperança

de viver um amor perene.

Saiam de mãos coladas

a passear pelos campos,

onde as flores e os pássaros

também participavam

de momentos tão felizes,

que juntos, colhendo flores,

viviam intensamente.

E na beira de um riacho,

sentados nas folhas secas

num tapete natural,

formadas uma a uma,

pelas folhas despencadas

das árvores da pequena mata,

onde olhavam as águas puras,

tão límpidas e brilhantes

como um cristal lapidado,

nas mãos hábeis de um artista.

Trocavam juras de amor,

e o riacho murmurando

parecia que fazia

parte daquele universo,

onde a felicidade

fizera um elo infinito

nesses dois apaixonados.

Mas um dia, de repente,

aquele amor tão bonito

que parecia sem fim,

dissipou-se em tristezas,

pois aquele ser amado

foi embora sem dizer

ao menos uma palavra.

E aquele amor tão lindo

que parecia ser pra sempre

deu lugar à desilusão,

e com o coração partido,

sem saber qual a razão,

somente ficou saudade

no fundo do coração.

E saindo pelos campos,

as flores entristecidas,

e os cantos das aves

calaram-se como o riacho,

por um amor que se foi

sem sequer dizer adeus.