OS ESPELHOS

Estou num recinto cercado de espelhos

que me reproduzem distintos perfis,

em todas as portas, tão duros bedelhos

e eu preso aos semblantes, feliz e infeliz...

Os do alto, severos, me batem com relhos,

no solo, os que imploram a minha raiz,

à frente, os que fazem cair de joelhos;

será qual o foco que mais me condiz?

Diante de imagens me dando conselhos,

eu não sei ao certo o correto matiz;

ah, esses reflexos me enredam a ardis!

Às vezes eu miro os de brilhos vermelhos

em outras, prefiro os que têm tons anis,

mas todos me apontam quem sou e o que fiz!!!

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 19/06/2009
Reeditado em 12/01/2011
Código do texto: T1656358
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