OS ESPELHOS
Estou num recinto cercado de espelhos
que me reproduzem distintos perfis,
em todas as portas, tão duros bedelhos
e eu preso aos semblantes, feliz e infeliz...
Os do alto, severos, me batem com relhos,
no solo, os que imploram a minha raiz,
à frente, os que fazem cair de joelhos;
será qual o foco que mais me condiz?
Diante de imagens me dando conselhos,
eu não sei ao certo o correto matiz;
ah, esses reflexos me enredam a ardis!
Às vezes eu miro os de brilhos vermelhos
em outras, prefiro os que têm tons anis,
mas todos me apontam quem sou e o que fiz!!!